Óleo Essencial de Limão Siciliano

 

 O Limoeiro (Citrus limon)                                                                                                              

É uma árvore pertencente à família das rutáceas que teve a sua origem no sudeste da Ásia, o qual foi levado pelos árabes da Pérsia para a Europa. Chegou ao Brasil apenas na segunda década do século 20, em meio a epidemia de gripe espanhola, onde era muito procurado por abrandar os efeitos da doença. Naquela época, o limão era vendido a "peso de ouro" e atualmente, é comum encontrá-lo em feiras, mercearias e supermercados durante o ano todo. Conhecido pelo alto teor de vitamina C, o limão é muito empregado em molhos, aperitivos, refrigerantes, sorvetes, remédios, xaropes, produtos de limpeza, licores, perfumes, etc., e também é famoso por seu óleo essencial, extraído por prensagem da casca do fruto e que apresenta uma agradável e inconfundível fragrância de "limão fresco". Líquido amarelado no caso do limão siciliano, ou esverdeado no caso do tahiti, trata-se de um óleo rico em d-limoneno, cuja indústria de extração teve seu berço na Itália do século XIX na fabricação de perfumes, a indústria de perfumaria geralmente opta pelo óleo desterpenado e dessesquiterpenado, preparado pordestilação fracionada ou por solubilização no álcool 70."

 

       ÓLEO ESSENCIAL DE LIMÃO


A extração do óleo essencial de limão foi uma indústria caseira tradicional no sul da Itália, exercida pelas famílias locais muito numerosas. As mulheres cortavam os frutos ao meio e separavam as cascas da polpa que se destinava à fabricação do ácido cítrico. Aos homens cabia o trabalho de comprimir a parte externa daquelas cascas sobre esponjas colocadas em cima de baldes. Este processo não extraía (e não extrai) mais de 80% de óleo essencial, entretanto, é considerado o óleo de melhor qualidade em virtude do seu aroma, mais delicado, relacionado com o maior conteúdo de citral. Independentemente do processo, O constituinte majoritário do óleo é o d-limoneno (65-70%), um monoterpeno muito versátil que vem sendo explorado pelos mais diversos ramos da indústria. Com relação aos aldeídos, há um predomínio do citral, ao qual se atribui as propriedades aromáticas deste óleo essencial. Nos óleos italianos, mais ricos, o conteúdo chega a 6%, enquanto que os norte americanos não ultrapassam os 3,5%. Além do citral, ainda existe octílico, nonílico e citronelal. Os alcoóis, como linalol, geraniol, citronelol, etc, encontram-se, em parte, sob a forma de ésteres (acéticos, cápricos, láuricos) que podem ser doseados após a eliminação dos aldeídos pelo cloreto de hidroxilamínico. E por fim, contém ainda compostos lactônicos, entre eles o cipropteno ou limetina (5,7-dimetoxicumarina) - que pode ser separado sob a forma de cristais aciculares. Em resumo, costuma-se dizer que o óleo essencial de limão contém 92 a 94% de hicrocarbonetos e 6 a 8% de compostos oxigenados. 

O d-limoneno é um tipo de monoterpeno encontrado na casca das frutas cítricas. Trata-se de um líquido incolor, oleoso, relativamente estável, resistente à hidrólise cujo universo de aplicações sofreu grande expansão na última década. Também presente nos óleos de laranja, tangerina e grapefruit, na aromaterapia ele se tornou bastante conhecido por prevenir e auxiliar no tratamento de diversas doenças. Por exemplo: segundo pesquisas, o d-limoneno é capaz de dissolver cálculos de colesterol na vesícula, descongestionar o fígado (especialmente após a ingestão de grande quantidade de álcool e alimentos altamente gordurosos) e atuar como um poderoso aliado na luta contra alguns tipos de câncer. De acordo com uma pesquisa do Hospital Universitário de St. Radbound/Holanda, ele é um potente estimulante da GST (Glutationa S-Transferase), uma enzima desintoxicante que promove a conjugação de carcinógenos que sofrem prévia bioativação pelas enzimas de fase I do metabolismo de xenobióticos no interior do citocromo P450. Isto significa que este elemento, ao aumentar a atividade da GST, diminui a toxicidade de substâncias mutagênicas contribuindo, assim, para a desintoxicação do organismo. Já na questão emocional, afirma-se que o óleo essencial de limão resgata a alegria de viver, além de combater o desanimo, afastar o negativismo e promover auto-confiança.                                        

Na perfumaria, é empregado na composição de colônias frescas, colônias masculinas e nas notas florais sendo encontrado, por exemplo, no ACQUA DI GIO POUR HOMME (1996), de Armani, ALLURE POUR HOMME (1999), de Chanel, BAMBU (2015), de Kokeshi e muitos outros.

 

EFEITO DETOX DO ÓLEO ESSENCIAL DE LIMÃO

 Dentro da aromaterapia, é consenso que o óleo essencial de limão é um poderoso agente desintoxicante (detox, na palavra da moda). Mas, como isto é possível? Pois bem, a ação sinérgica dos vários terpenos presentes no óleo essencial de limão resulta em vários mecanismos que, ao serem iniciados, eliminam ou inibem a síntese de componentes nocivos ao organismo, desintoxicando-o. O d-limoneno, por exemplo, age suprimindo a atividade da enzima hepática HMG-CoA reductase, tal como os medicamentos denominados "estatinas" sinvastatina, atorvastatina, rosuvastatina entre outros. Desta maneira, a conversão do lanosterol em colesterol é bloqueada, o que promove a redução dos níveis de LDL (o colesterol ruim) no sangue. Por óbvio, isto é perfeitamente desejável em pessoas diagnosticadas com hipercolesterolemia, doença que pode limitar o fluxo sanguíneo aumentando o risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC). Ainda, como a produção de colesterol endógeno pelo fígado é maior no período noturno, recomenda-se que este óleo seja utilizado a noite, antes de dormir, para este fim. Mas não é só. Além do d-limoneno, o óleo essencial de limão contém apreciáveis quantidades de gama-terpineno (GT), um monoterpeno que comprovadamente impede a oxidação do LDL. Sabe-se que o LDL oxidado um fator chave no mecanismo de formação da aterosclerose, doença caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura, cálcio e outras substâncias nas artérias. Logo, este óleo, agora através do GT, também protege o organismo contra o infarto do miocárdio. Então, em resumo, o óleo de limão reduz os níveis de LDL (pelo d-limoneno) e, em paralelo, impede a sua oxidação (pelo gama-terpineno), o que pode ser um aliado no combate ao mal súbito advindo do excesso de colesterol circulante. No curto prazo, ele também tem demonstrado ótimos resultados como "detox" do fígado. Afinal, muitas pessoas relatam um "alívio imediato" dos desconfortos gerados pela ingestão de grande quantidade de álcool e/ou alimentos altamente gordurosos após a utilização deste óleo.

ÓLEO ESSENCIAL DE LIMÃO SICILIANO E A DOENÇA DE ALZHEIMER

De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), 47,5 milhões de pessoas convivem com algum tipo de demência, sendo que a doença de Alzheimer é a responsável por cerca de 70% dos casos. Nesta condição, observa-se no cérebro um acúmulo de placas formadas pela proteína beta amiloide, cuja aglutinação entre os neurônios acaba impedindo a transmissão dos sinais, prejudicando assim a atividade neural. No cérebro destes pacientes, inclusive, há um excesso de íons metálicos como alumínio, cobre, ferro e zinco em concentrações que chegam a ser de 3 a 5 vezes maior em comparação com o cérebro de pessoas saudáveis. São estes íons, que nas diversas etapas do processo, acabam contribuindo para a agregação das beta amiloide, e também para a sua citotoxicidade. De acordo com estudos publicados na U.S. National Library of Medicine, a exemplo do "An In Vitro System Comprising Immortalized Hypothalamic Neuronal Cells (GT1-7 Cells) for Evaluation of the Neuroendocrine Effects of Essential Oils", alguns óleos essenciais, como o de limão siciliano, contribuem significativamente para a proteção destes neurônios, protegendo-os dos efeitos tóxicos destes íons metálicos. No caso do limão siciliano, observou-se melhores resultados em relação ao alumínio, mas outros óleos, como de gerânio e alecrim, mostraram maior atividade protetora contra neurotoxicidade induzida pelo zinco. Neste estudo, em específico, foram utilizadas células neuronais hipotalâmicas imortalizadas (células GT1-7) - resta saber, agora, se a simples inalação destes óleos poderá ajudar no controle do avanço desta doença (Alzheimer).

 

DEPRESSÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) PELO (+)-LIMONENO

 

Sabe-se que os constituintes de um óleo essencial, de acordo com suas características físico-químicas, podem, através de sua simples inalação, alcançar a corrente sanguínea e atingir o sistema nervoso central (SNC). Para ilustrar isto, tem-se a pesquisa de Falk-Filipsson (1993), intutulada "d-Limonene exposure to humans by inhalation: uptake, distribution, elimination, and effects on the pulmonary function", onde 8 voluntários do sexo masculino foram expostos a vaporização com limoneno (pureza de 97% a 450 mg/m3) durante uma série de exercícios físicos.

Neste experimento, após 1 hora, a concentração média sanguínea nos capilares foi de 1,5, 11 e 21 umol/L - passando-se para 1,5, 12,5 e 23 umol/L após 2 horas, demonstrando que o limoneno, de fato, atinge a circulação sanguínea via inalação. Além disto, dada as características físico-químicas do limoneno, vários estudos afirmam que ele

pode exercer um efeito depressor no SNC, o que explica, em partes, a ação calmante e sedativa dos óleos ricos neste composto, como os de laranja e limão. É o caso do trabalho "Effects of the essential oil from Citrus aurantium L. in experimental anxiety models in mice", de Pultrini (2006), que demonstrou uma diminuição da atividade espontânea, da criação e do comportamento geral de ratos submetidos ao óleo essencial de Citrus aurantium, com 97,83% de limoneno e 1,43% de mirceno e do "Central effects of citral, myrcene and limonene, constituents of essential oil chemotypes from Lippia alba (Mill.)", Do Vale (2002), que demonstrou um aumento na duração do sono induzido por pentobarbital em camundongos na dose de 200 mg/Kg, ambos indicando uma atividade depressora no SNC. A partir de premissas como estas, então, deu-se início a uma investigação para descobrir o mecanismo de ação do limoneno no SNC, seja pelo uso interno ou mesmo inalado. Em 2014, Almeida em "Potential antioxidant and anxiolytic effects of (+)-limonene epoxide in mice after marble-burying test" relatou que o limoneno atua no SNC por meio do sistema GABAérgico, afinal, os ratinhos tratados com flumazenil um antagonista dos efeitos hipnóticos e sedativos provocados pelos benzodiazepínicos - tiveram seus efeitos depressores revertidos; sugerindo que o limoneno atua da mesma forma que fármacos como diazepam, clonazepam e bromazepam,

que são benzodiazepínicos clássicos empregados, dentre outros fins, no tratamento da depressão. Por fim, em "Lemon oil vapor causes an anti-stress effect via modulating the 5-HT and DA activities in mice", Komiya (2006) demonstrou que a inalação do óleo de limão eleva os conteúdos de dopamina no hipocampo e de 5-HT (serotonina) no córtex pré-frontal e hipocampo, num mecanismo semelhante a ação de alguns antidepressivos. Afinal, sabe-se que a elevação destas monoaminas bioquímicas (dopamina e serotonina) no cérebro está diretamente relacionada com as sensações de prazer e de bem-estar. Diante do exposto, fica-se claro que os óleos ricos em limoneno podem, pela simples inalação, contribuir para o equilíbrio de um estado emocional alterado, trazendo conforto e tranquilidade ao paciente por meio da ação direta no SNC.

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